quinta-feira, 20 de junho de 2013

FUTEBOL: O IMPERIO ROMANO SEMPRE ATUAL

Duas cidades de Extremadura, nossa região espanhola, escondem tesouros preciosos do antigo Império Romano. Tanto em Medellín como em Mérida, se pode encontrar teatros e anfiteatros romanos datados do primeiro século antes de Cristo, construídos pelo exército romano em seu avanço conquistador, como um símbolo da expansão cultural romana.

Ali se apresentavam os musicais, as peças teatrais e, principalmente, lutavam os gladiadores. Era a política chamada por muitos historiadores do “pão e circo”, que acalmava as multidões e facilitava o governo absurdo e ditatorial dos césares.

A Espanha fez parte direta do Império Romano, não apenas territorialmente, mas também em seu governo, contribuindo com alguns césares e conselheiros. Extremadura forneceu muitos soldados, pois seu povo era conhecido pela bravura e dedicação, algo que vemos até os dias atuais. Naturalmente, não somente as construções antigas, tombadas como relíquias arqueológicas, mas muitos outros fatores da cultura romana antiga forjaram as bases da sociedade atual.

Ainda que se diga que é uma tendência mundial, pelas semelhanças com o “pão e circo” romano, muitos tem identificado o investimento nacional espanhol no futebol como um “renascimento romano” estratégico de acalmar o povo e levar a “marca nacional” a outros territórios.

A Espanha sofreu uma das maiores quedas econômicas de sua história, com a falência mundial do setor da construção civil, e o empobrecimento do povo nos últimos quatro anos é visível, chegando aos portais da fome. O país está quebrado, no entanto, o futebol não.

A seleção espanhola de futebol está ganhando quase tudo: Eurocopa, Mundial, campeonatos europeus sub-20, sub-21, enquanto que seus clubes conquistam campeonatos europeus, mundiais, entre outros.

Esse poder do futebol tem algumas explicações. Muitos clubes medianos se enriqueceram repentinamente com a especulação da venda de terrenos privilegiados nos centros das grandes cidades, possibilitando contratar grandes jogadores. A falência da sociedade por causa da crise da construção civil não alcançou a maioria desses clubes.

Poucos sabem, mas também existiu por vários anos algumas doces vantagens no pagamento de impostos, a popularmente chamada de “Lei Beckham”, em referencia ao famoso jogador inglês, originalmente pensada para investidores estrangeiros, onde o imposto de renda era mais baixo a partir de uma determinada quantidade salarial. Isso provocou uma peregrinação de craques do futebol mundial para este país e naturalmente a transformação deste futebol na maior potencia mundial da atualidade. O campeonato nacional subiu de qualidade e seus jovens jogadores começaram a dividir o terreno de jogo com celebridades mundiais.

Voltando os olhos a décadas passadas, ainda sob o domínio da ditadura franquista, muitos acusaram àquele governo de ter utilizado o Real Madrid como propaganda política em um período onde seu esquadrão ganhou muitos títulos internacionais, segundo alguns sob a batuta da proteção e investimento da ditadura.

Atualmente existe um forte conflito entre os independentistas da Catalunha, região situada no nordeste espanhol, e o resto da Espanha. Tem sua língua própria, sua bandeira e, para não fugir à regra, seu time de futebol, o Barcelona, usado nos últimos anos, seja por políticos ou jogadores, como propaganda dos triunfos regionalistas. O futebol praticado pela atual e vitoriosa seleção espanhola tem sua base nessa equipe. Nove de seus jogadores foram convocados pela Espanha para a Copa das Confederações de 2013. As seleções de base também estão fundamentadas na preparação desse clube, que gasta milhões de euros formando pequenos craques, vários deles trazidos de outros clubes e alguns sendo até nacionalizados, inclusive brasileiros.

“Estádios suntuosos, esporte vistoso e vitorioso, povo sofredor, mas orgulhoso e feliz”.

  Essa frase bem poderia ser aplicada a muitos países, como o Brasil e Argentina, que ganharam um mundial de futebol cada um aplaudidos por seus ditadores. No caso da Argentina, ainda foi a organizadora de seu mundial. Igualmente os países da antiga cortina de ferro, que sacrificavam seus atletas para propagar o poder ditatorial e calar o povo oprimido.

Como viver como cristãos em uma sociedade acostumada a sentir-se grande através da falsa propaganda de seu “pão e circo”?

Simplesmente seguindo verdadeiramente Àquele que se mostrou ao mundo em uma cruz.

No circo romano, os gladiadores poderosos sempre venciam. Nessa mesma Roma, um “humilde gladiador” espiritual perdeu sua luta contra os poderosos, mas salvou aos que nEle crêem através de Sua morte, e morte de cruz. Esse foi o pão distribuído por Cristo: Sua própria vida.

Nossa função não é combater o futebol ou qualquer outro “circo” social. Somente deveríamos equilibrar nossas vidas olhando firmemente para Cristo, para mostrar a essa sociedade que pode desfrutar do entretenimento, mas sem se deixar enganar e nem que isso desvie seu foco na busca por solucionar os problemas cotidianos.


      “Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.” Hebreus 12:1-3

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