sábado, 15 de março de 2014

A ESPANHA DOS POVOADOS ESQUECIDOS
Como evangelizar em um contexto de pequenas cidades

Quando um professor de nossa filha Maíra descreveu sua cidade, ficamos assombrados: 48 habitantes, com prefeitura e tudo mais.

Há alguns anos assassinaram um prefeito espanhol e a polícia encontrou rapidamente o assassino: era seu principal adversário político. O fator que mais contribuiu para solucionar o crime foi a quantidade de habitantes da cidade: 40.

95% das cidades espanholas tem menos de 10 mil habitantes, sendo mais de 80% com menos de 5.000.  As cidades entre 10 e 50 mil habitantes representam a quase totalidade dos maiores consumidores de drogas entre jovens. Com a crise econômica, a maioria das pequenas (melhor dizer pequeníssimas) cidades está entrando em colapso.

Ainda que as grandes cidades sejam o maior cartão postal da Espanha e onde vive a maior parte da população, as bases culturais e religiosas estão assentadas nas minúsculas cidades, para onde a maioria das famílias peregrina em seus feriados ou férias anuais.

Nessas cidades estão algumas das mais famosas festas regionais de cunho religioso e cultural. Muitas delas sobrevivem do turismo trazido por essas festas e a totalidade de sua população se mobiliza em massa para a realização de tais celebrações. Os estacionamentos para a imensa quantidade de carros que se dirigem à essas localidades se instalam nos arredores das cidades, porque todo o seu centro urbano está fechado para a festa.

Pelo já exposto, se pode compreender os naturais desafios para a evangelização nesses contextos. Uma quantidade pequena de população, onde todos se conhecem, sendo em muitos casos inclusive parentes, a presença de um forasteiro é amplamente identificada e sua integração intensamente dificultosa.

Em cidades voltadas para festas religiosas e culturais medievais, a presença de uma religião sem tradição espanhola causa muito incomodo e bastante rejeição. A simples pregação do evangelho provocaria reações negativas não somente quanto à fé, mas também quanto a economia da cidade e de suas famílias.

Se alia a essas dificuldades na evangelização o fato de que a maioria das missões não tem interesse em enviar missionários a pequenas cidades, especialmente porque os resultados numéricos serão praticamente inexistentes e a perseverança será a principal exigência e estratégia.

No entanto, enquanto essas regiões não forem alcançadas, a retroalimentação de um cristianismo sem Cristo e com um alto conteúdo de superstição e tradição medieval fará com que o evangelho na Espanha permaneça com características muito similares ao que se tem visto atualmente.

Temos orado por um avivamento em Espanha. Clamamos ao Senhor por algo que já vimos na história da igreja evangélica brasileira, onde se pode constatar, em uma simples viagem, dezenas de igrejas plantadas em pequenas povoações ao longo da estrada. Pedimos ao Senhor que desperte Seu povo de uma forma sobrenatural, levantando Seus escolhidos em cada pequena cidade, pois não temos visto, quanto a estratégias e investimento, um bom desenvolvimento no missionário neste contexto.


Louvamos a Deus pela visão da APMT-IPB, que tem investido em pequenas cidades espanholas, sendo um exemplo para outras igrejas e missões. 

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